17 maio 1998

Quem é o Presidente ?

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Várias pessoas chamaram-me a atenção para o facto. Confesso que retive o que me diziam, mas que simultâneamente, de mim para mim, pensava que a questão merecia confirmação ulterior e, certamente, de uma explicação mais plausível do que aquela que a todos se apresentava como evidente.

Quando um destes dias, uma fonte conhecedora e fidedigna, me relatou com clareza e desapontamento manifesto, a verdade, ainda demorei algum tempo a digerir a informação e a crer no que me estavam a dizer. Ainda hoje. persisto - apesar de várias coisas indiciarem a verdade - em manter uma certa reserva mental sobre a questão.

Esclareça-se então do que estou a falar. 1) O facto de que me chamaram a atenção diversos concidadãos, após a tomada de posse da actual Junta de Freguesia, foia a das horas a fio passadas por um elemento estranho à Junta de Freguesia, no Gabinete do Executivo; 2) Em bora tal afirmação tivesse origens diversas, admiti que pudesse haver algum exagero, que não fosse bem assim... e que era capaz de existir uma boa explicação para o episódio, se se confirmasse; 3) Fiquei siderado, quando soube de fonte insuspeita que se confirmava que o eterno derrotado António Pereira é o "controleiro" dos socialistas de Sacavém e Prior-Velho, onde goza do proveito e da fama - no interior do próprio partido - de os trazer "à rédea curta".

Decerto que muitas pessoas compreendem - apesar das resistências que eu próprio tenho oferecido a admiti-lo - que se pergunte, afinal quem é o Presidente da Junta ?

Elementos circunstanciais em favor da tese segundo a qual o Presidente da Junta, é mesmo aquele que foi eleito: 1) O Presidente eleito - pessoa por quem tenho estima pessoal e com quem através da relação pessoal vou percebendo a natureza - é um homem orgulhoso, convicto e com objectivos, que só dificilmente permitirá que lhe ensombrem a vitória política pessoal que obteve em Dezembro passado; 2) O alegado presidente "encapotado", +para além de eterno derrotado em eleições - coisa que no PS não se perdoa facilmente - é conhecido pelo seu estilo político trauliteiro e tortuoso. O Presidente eleito, sabendo-o tão bem, certamente que não consentirá estar sujeito a tal vulnerabilidade.

Elmentos circunstanciais em favor da tese segundo a qual o Presidente da Junta, é outro e não aquele que foi eleito: 1) Para mim está suficientemente constatado que o referenciado António Pereira é o "controleiro" dos PS's da Junta; 2) Está abundantemente testemunhado que tem passado muitas horas, sem qualquer legitimidade, no interior da Junta de Freguesia; 3) O PS não participa numa única Assembleia de Freguesia sem a presença tutelar do seu "controleiro"; 4) São manisfestos os incontroláveis acessos de anti-comunismo primário e bolorento do "controleiro", bem como são amplamente conhecidos os seus odiozinhos de estimação; 5) O Presidente da Junta eleito, antes e depois das eleições, garantia a diversas pessoas de diferentes sensibilidades que se empenharia num acordo de gestão com a CDU, coisa que nem pouco mais ou menos se veio a verificar. Como não acredito que tenha andado por aí a mentir a torto e a direito, será legítimo pensar que não o deixaram fazer aquilo que queria; 6) A acção política do PS, desde que passou a comandar a Junta de Freguesia, resume-se a tentar escapulir-se às promessas eleitorais que fez, a afirmar vezes sem conta - o que já cansa - que chegou há pouco tempo (como se nunca cá tivesse estado durante todos estes anos!), a produzir e a promover boatos e intrigas, coisas que se compaginam perfeitamente com o estilo e os métodos do seu "controleiro".

Por isso, temos de perguntar quem é o Presidente da Junta e, mais do que isso, saber a quem vai Sacavém estar entregue e para onde vai caminhar.

04 abril 1998

Posto da PVT, uma "imagem" de Sacavém para a EXPO'98 ?

É sabido que durante vários anos as autarquias, Junta de Freguesia de Sacavém e Câmara Municipal de Loures tentaram que o Estado devolvesse a Sacavém a área ocupada pelo posto da Polícia de Viação e Trânsito em plena Praça da República, numa zona que foi e pode voltar a ser uma zona nobre da Cidade.

O posta do PVT está no mais completo estado de abandono há décadas e nos últimos anos a degradação é completa.

As autarquias queriam a sua recuperação e dar-lhe aproveitamento durante a EXPO'98 para apresentar e prestigiar Sacavém e o Concelho de Loures.

O Ministério das Finanças do Governo Guterres, para quem o cifrão é cada vez mais o ícone ideológico, quis descaradamente vender a Sacavém um mamarracho a caír de podre, implantado num terreno que era e é da Cidade, da sua população e não de qualquer Ministério de qualquer Governo.

Era e é uma situação perfeitamente inacreditável e nem todos os apelos a uma réstia de bom senso do Governo, tiveram resultado até Dezembro passado.

O Deputado do PCP, Bernardino Soares, dirigiu ao Governo um requerimento questionando a caricata situação. Desconheço se teve sequer resposta.

A verdade é que estamos a pouco mais de um mês do início da EXPO'98, o mamarracho lá continua com cada vez pior aspecto, com o terreno envolvente a servir muitas vezes de stande de automóveis pirata e, em boa verdade, corremos um sério risco de ter aquele "monumento" como imagem da Cidade de Sacavém para a EXPO'98. Se assim fôr, quem é que vai assumir a responsabilidade política ?

15 março 1998

Trabalhadores da Fábrica da Loiça: Solidariedade com contrato a prazo ?

Não concebo que a solidariedade com os antigos trabalhadores da Fábrica da Loiça de Sacavém só tivesse validade em ano de eleições autárquicas e na perspectiva de um "negócio-milionário-mistério".
Quanto ao negócio de milhões - que daria lucro também de milhões, com os quais se pagariam indemnizações aos antigos trabalhadores e ainda... se faria uma generosa distribuição pelas colectividades de Sacavém e ainda... se atribuiria uma fatia maior à Cooperativa "A Sacavenense" porque tinha tido a ideia e ainda... sobrariam não sei quantos milhares para grandes projectos culturais em benefício de toda a população e ainda... etc. e tal, - todos sabemos que nunca foram conhecidos os "financiadores" desse fabuloso "negócio da china".
Apenas se sabe que havia quem quisesse por força que a Câmara Municipal de Loures fosse avalista de um "financiamento secreto" e de negócio indeterminado. O negócio era tão esclarecido, que tendo o Municipio solicitado a sua explicitação para que a questão fosse adequadamente estudada, ainda hoje está à espera que lho expliquem. De resto, mesmo aqueles de nós que participaram em várias reuniões, em que tanto se falou do negócio, nunca tivemos o privilégio de lhe conhecer os termos, de saber quem eram os misteriosos financiadores.
As autarquias e em especial a Câmara Municipal de Loures nunca tinha sido insensível - há anos que andava a tomar medidas efectivas para preservar o património com valor e para assegurar que ali não será cometido mais um crime urbanístico, tendo garantido a aquisição de uma parte importante do espólio do Museu da empresa e estando a construir aquele que será o Museu da Cerâmica e do Trabalho, preservando assim a memória colectiva, não através de barracões decrépitos, mas de instalações modernas e dignas que honrem essa memória, os trabalhadores e o produto do seu trabalho - e não foi insensível às dividas aos antigos trabalhadores da empresa - tendo prescindido formalmente dos seus créditos em favor dos trabalhadores - e não foi insensível à constituição da Associação dos Amigos da Fábrica da Loiça - a quem recebeu por várias vezes, com quem se comprometeu a estudar a viabilidade de um projecto credível, susceptível de ser apoiado pelo Município.
Por outro lado e até hoje, os Senhores Ministros da Economia e da Solidariedade Social, a quem foram pedidas audiências pelo Presidente da Assembleia de Freguesia, não se dignaram receber ou sequer responder a este, nem à Associação.
Curiosamente (ou talvez não), com o esfumar do "negócio dos milhões", a solidariedade para com os antigos trabalhadores da Fábrica da Loiça desapareceu num ápice. Poderia pensar-se que seria mera discrição para que o assunto não se cruzasse com as eleições autárquicas mas, não só foi ostensivamente cruzado, como foi instrumentalizado e usado como arma de arremesso eleitoral - tentando responsabilizar o Presidente da Câmara e o Presidente da Junta pelo falhanço negócio-mistério-milionário-benfeitor. Contudo, três meses após as eleições não regressou a "desinteressada" solidariedade com os antigos trabalhadores da Loiça. Porquê ? Era solidariedade com contrato a prazo e por isso caducou ?
Numa determinada reunião da Associação, por acaso bastante participada por dirigentes das colectividades de Sacavém, assinalei que independentemente de se conseguir materializar o "tal negócio", os principios da Associação eram correctos e justos e por isso esta deveria prosseguir a sua missão solidária, até obter resultados. Tal perspectiva não foi contrariada por nenhum dos presentes.
Proponho assim que nos mantenhamos fieis aos principios fundadores da Associação, eliminando dos Estatutos as referências ou objectivos correlacionados com actividades imobiliárias e que seja alterada a denominação da Associação para "Associação dos Amigos dos Trabalhadores da Fábrica da Loiça de Sacavém" e que tudo façamos para que os antigos trabalhadores tenham, de facto, e no mais breve curto espaço de tempo, a devida reposição dos seus créditos.
Claro que o desafio é lançado às colectividades de Sacavém, aos orgãos autárquicos, aos partidos políticos e aos antigos trabalhadores da Fábrica da Loiça, mas muito especialmente à Direcção da Cooperativa "A Sacavenense", cuja instituição tem uma divída de existência para com os trabalhadores da Loiça e deve por isso dinamizar o processo.
Aqui fica, desde já, a minha disponibilidade para colaborarPosted by Picasa